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Entrevista com Samanta Holtz



Hoje é um dia muito especial para mim e para meu blog. Hoje é o dia pelo qual atinjo 100 publicações! Resenhas, entrevistas, posts especiais... E como tem sido um orgulho conduzir esse blog, quis fazer um post eternamente especial! Uma entrevista com uma das maiores autoras brasileiras da nossa atualidade, Samanta Holtz.
Na nossa conversa, ela conta sobre seus prêmios, obras e amor, que são os seus leitores! 
Vamos acompanhar?




Entrevista

Você sempre teve um amor pela literatura, e aos cinco anos você já sabia ler e tinha um amor pelas histórias de Maurício de Sousa. Houve outros autores que despertaram seu amor pelo gênero que você trabalha, o romance?
Eu nunca me esquecerei dos 2 primeiros livros de romance que li na vida, ainda criança: “Meu primeiro namorado” (Callie West) e “Ensaio de um Beijo” (Elizabeth Bernard). Eu os comprei na feira do livro da minha escola e, quando os li, fiquei maravilhada com quanto aquelas histórias me faziam viajar e me apaixonar junto aos personagens. Foi a primeira vez que senti a capacidade de uma história me fazer viajar a cada página, e eu me apaixonei perdidamente por essa sensação! Comecei a ler mais e mais romances, e minha imaginação começou então a inventar as próprias histórias, que me faziam ficar sonhando acordada. Até o dia em que, aos 14 anos, resolvi sentar-me e começar a escrever uma delas – que se tornou, mais tarde, “Renascer de um Outono”. Ao longo dos anos, autores que admiro muito e nos quais me inspiro (seja em sua história pessoal e/ou em sua escrita) são J. K. Rowling, Sophie Kinsella, Mauricio Gomyde, Carina Rissi, Dan Brown... entre vários outros! Eles são fortes inspirações para mim.

Como foi a sensação de ter ganhado o Prêmio “Anita Garibaldi – Em Defesa dos Direitos da Mulher”? Pode contar um pouquinho de como aconteceu, bem como a nomeação de Escritora Humanitária?
Foi maravilhoso e inesperado! Um belo dia, recebi e-mail dos organizadores informando que meu nome havia sido contemplado com a nomeação de Escritora Humanitária, e me convidando para a cerimônia de premiação na Câmara Municipal de São Paulo. Pensei se tratar de um desses prêmios em que você precisa pagar, e perguntei isso a eles. Quando responderam que não era, pensei: “Caramba... é um prêmio de verdade!” (risos). A família toda foi a São Paulo para a cerimônia, e eu ainda tive a alegria de receber a leitora Mariane Frota, de Fortaleza (CE), que estava na capital para a Bienal do Livro – e antecipou a viagem para assistir à minha premiação! Foi uma solenidade muito séria e, conversando com uma organizadora, fiquei sabendo que as 14 mulheres homenageadas foram escolhidas por jornalistas e formadores de opinião dentre 200 nomes pré-selecionados, e eram mulheres que “faziam a diferença dentro da sua área de atuação”. Fiquei muito contente porque, desde os tempos em que eu sonhava com a carreira de escritora, meu objetivo jamais foi a fama ou o dinheiro... se vierem, serão bem-vindos, é claro. Mas não são objetivos; são possíveis consequências. Meu verdadeiro intuito sempre foi tocar corações, provocar emoções, fazer as pessoas sentirem o que eu senti quando li os primeiros romances da minha vida. E hoje isso vai além; recebo cartas e mensagens de pessoas que dizem que, ao ler meus livros ou conversar comigo nas redes, têm alguma mudança positiva em sua vida. Sempre que ouço algo assim, meu coração se alegra e eu sinto que estou cumprindo meu papel no mundo! E receber um prêmio que diz “você faz a diferença” talvez tenha significado mais para mim do que receber um prêmio de “livro mais vendido” (risos)!

Entre suas obras “O Pássaro”, “Quero ser Beth Levitt”, “Renascer de um Outono” e “Quando o amor bater à sua porta”, qual delas você se orgulhou mais de fazer? Qual tocou mais seu coração?
É muito difícil fazer escolhas entre meus livros! Sempre brinco que é como uma mãe apontar o filho favorito, ou o mais legal, o mais inteligente... (risos) Para a mãe, todos são igualmente especiais! É assim que vejo minhas histórias: cada uma é única, e cada uma por um motivo totalmente diferente. “O Pássaro”, penso ser minha história mais ousada por abordar a submissão da mulher na Idade Média, explorar o amor proibido de forma delicada e ter um final que os leitores talvez não esperassem. Confesso que, na época do lançamento, morri de medo de todo mundo detestar a história! (risos) Mas, felizmente, todos os pontos que eu temia provocarem rejeição se tornaram o ponto forte da história, aos olhos da maioria dos leitores. Já “Quero ser Beth Levitt” é a história mais doce, suave e delicada... também é ousada, de certo modo, porque é sempre um risco escrever sobre uma personagem ingênua demais, doce demais, “perfeitinha” demais. Mas, de algum modo, consegui criar Amie de um jeito que, mesmo com seu jeitinho meio Pollyanna de ser, gerou identificação com os leitores sem soar falsa. Sinto que, através dela, eu consegui escrever um conto de fadas! “Renascer de um Outono”, puxa, foi o primeiríssimo livro que eu escrevi... mesmo tendo reescrito e reestruturado a história para publicar, foi minha primeira ideia, meus primeiros personagens, e ele sempre será especial para mim por isso. Amo as reflexões que compartilho na história através da personagem Anna, e o Ricardo sempre será meu crush literário favorito! (risos) Por fim, “Quando o amor bater à sua porta” representa para mim uma nova fase em minha carreira; foi meu lançamento dentro da Arqueiro, uma das editoras dos meus sonhos, e é a história que, dentre todas, julgo ser a mais perfeita do ponto de vista técnico – e também do emocional, pois ainda suspiro sempre que penso em Malu e Luiz Otávio! Assim, não há como escolher uma ou outra... cada uma toca meu coração de um modo especial, diferente e lindo! <3

O conto “A Contadora de Histórias” ganhou adaptação para o teatro em 2016. Como foi ver uma de suas obras ganhar vida? Em quais situações você se inspirou para escrever esse conto?
Esse conto foi escrito há muitos anos, na verdade. Eu o tirei da gaveta e soprei a poeira (risos) quando fui convidada pela Lycia Barros a fazer parte da antologia digital Crisálida, a pedido do Widbook para o lançamento da plataforma no Brasil (Link: https://pt-br.widbook.com/ebook/livrocrisalida). O Ricardo Biazotto, querido leitor e blogueiro, leu a antologia e transformou meu conto em roteiro como uma homenagem ao meu trabalho, simplesmente. Foi uma grata surpresa quando uma companhia de teatro da cidade dele (a Viva Arte) quis produzir a história! A estreia foi no maravilhoso Teatro Avenida de Espírito Santo do Pinhal (SP), que tem uma estrutura toda linda e clássica... ver meus personagens ganharem vida no palco, naquele lugar lindo, recitando os diálogos que idealizei, dividindo as emoções que descrevi... ah, foi indescritível! Havia momentos em que eu me pegava olhando para eles e pensando: “Se eu nunca tivesse escrito esse conto, esse momento nunca estaria acontecendo. Essas pessoas nunca estariam vivendo esses personagens... eu não estaria vivendo este momento”. Olha como é poderoso! A única vez em que eu havia vivenciado a sensação de ver uma história ganhar vida foi nos tempos de escola, quando um professor soube que eu escrevia e me convidou para escrever o roteiro de uma história para o grupo de teatro que ele tinha em Sorocaba (SP), no Colégio Santa Escolástica. Fui convidada a assistir a peça quando ela foi encenada, no salão da escola, e já foi uma experiência incrível para aquela época! Fico só imaginando a emoção que deve ser ver minha história nas telas do cinema... se Deus quiser, será uma das próximas emoções a ser vivida!

Quais elementos e inspirações você toma como base para escrever um livro?
Meu foco é sempre nas emoções, nos sentimentos. Penso muito na mensagem que quero transmitir através da trama e da evolução dos personagens. Não no começo, pois a princípio a ideia original, a “sementinha”, ela vem crua. É um instante, um rompante, um diálogo, uma cena... mas, a partir dessa ideia original, gosto de desenvolver algo que virá a ser mais do que apenas um entretenimento ao público, e sim algo que os instigue a sentir, a pensar, a agir, a inspirar-se na trajetória que ali descrevo para criarem a sua própria. É engraçado que, às vezes, tenho o roteiro pronto de uma história, com começo, meio e fim bem delineados... mas eu sinto que “falta o toque Samanta Holtz” (risos). Cada escritor tem seu diferencial, sua originalidade, e eu já sei perceber quando ainda falta o meu toque em uma história, por mais que ela esteja bem amarrada, do ponto de vista técnico. Se não despertar alguma emoção ou reflexão (ou se ao menos não tiver essa intenção), não sou eu! (risos)

Você tem um canal no Youtube onde dá diversas dicas para escritores desde a escrita até uma palestra, por exemplo. Como surgiu a ideia de valorizar esta mídia para esse fim?
O que despertou o desejo de ajudar novos escritores através do Youtube foram dois fatores: o primeiro, porque tenho esse lado “altruísta por natureza” (risos). Adoro ajudar, orientar, informar... sou assim desde os tempos de escola, eu não podia ver um amigo com dificuldade em alguma matéria que eu já queria marcar grupo de estudos, inventava uma explicação nova, criava um resumo para ele. Amo poder ajudar e orientar alguém! E o segundo fator foi que, cada dia mais, eu recebia muitos e-mails e mensagens de novos autores pedindo ajuda e conselhos, e quase sempre eram as mesmas perguntas – como começar um livro? Como registrar na Biblioteca Nacional? Como enviar às editoras? Com esse meu jeito meio mãezona / professora, eu nunca me contentava em responder de forma seca ou breve: respondia com textões, exemplos, explicações, meu ponto de vista. Mas isso demandava muito tempo, então comecei a manter essas respostas salvas para copiar e colar a quem me perguntasse a mesma coisa. Até que pensei: e se eu tiver um canal onde eu possa criar conteúdo com essas orientações, para que não somente aqueles que me procuram possam ter acesso? Foi assim que criei o Youtube e o blog! E é maravilhoso receber o feedback de tanta gente que nem mesmo me conhecia, antes de ver meus vídeos, e hoje diz que, graças às minhas dicas, tem conseguido avançar na carreira de escritor que tanto almeja! 

Os leitores ajudam muito no apoio da jornada de um escritor, principalmente com você, que inclusive tem um fã clube totalmente dedicado aos seus trabalhos, “Loucos por Samanta Holtz”. Por fim, deixe uma mensagem a todos os seus fãs <3.
Com certeza! Sempre digo que, sem meus leitores, os fãs e todos aqueles que acompanham, prestigiam e apoiam meu trabalho, eu jamais teria chegado onde estou agora, nem conseguiria seguir adiante rumo a tudo o que ainda tenho a alcançar! Por isso, querido leitor, deixo aqui a você minha mais profunda gratidão... você é a razão pela qual escrevo, é minha inspiração e minha motivação. Sempre que alguém me conta quanto uma história minha tocou seu coração e mudou sua vida, aquilo se torna uma injeção de ânimo para escrever cada dia mais e melhor. E é pensando em você que escrevo, pensando em entregar um trabalho com a qualidade que você merece, pois é minha forma de retribuir tanto amor que recebo todos os dias! Além disso, é seu apoio que me permite ganhar cada dia mais espaço e seguir adiante. Por esses e outros milhões de motivos que não caberiam nessa resposta, meu muito obrigada a cada um de vocês, meus amados leitores! <3


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Sobre a autora
Samanta Holtz nasceu em 1987, no Dia Mundial do Livro, 23 de abril.
Publicitária de formação, aprendeu a ler sozinha aos 5 anos, pois era enorme sua vontade de entender as histórias que a mãe lia para ela. Aos 9, ganhou o primeiro prêmio por escrever, ao vencer o concurso de redação de sua cidade, Porto Feliz, no interior de São Paulo. Sua primeira publicação aconteceu em 2012, com o romance de época O pássaro (Novo Século), vencedor dos prêmios de votação de público e júri técnico no concurso Destaques Literários 2012, promovido pelos blogueiros literários brasileiros. Em 2013 publicou Quero ser Beth Levitt e, em 2014, Renascer de um outono (ambos pela Novo Século). Em 2014, recebeu o Prêmio Anita Garibaldi, com a nomeação de Escritora Humanitária. É colunista das revistas Terraço, de sua cidade, e tem um fã-clube, o Loucos por Samanta Holtz. 





Paula M. C. Basílio
blogueira e autora

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Comentários

  1. Querida Paula,

    Amei responder sua entrevista!! Muito obrigada por ter formulado as perguntas com tanto carinho e me permitir dividir com o público minhas vivências e experiências na jornada de escritora :)

    Beijo enormeeee e cada dia mais sucesso a você também!

    :*

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